segunda-feira, 18 de junho de 2012

1921

Ester Leão na "Entrevista da Semana".
Revista "Ilustração Portuguesa", n.º 818, de 22 de Outubro de 1921

LEIA AQUI A ENTREVISTA

 fonte

Ester Eusébio Leão nasceu em Gavião em 1892 e era filha do conhecido médico e diplomata gavionense Francisco Eusébio Lourenço Leão, que foi o primeiro Governador Civil de Lisboa após a implantação da República.
A sua grande predilecção foi sempre o teatro, tendência que a família contrariava, da qual foram os seus principais opositores o seu pai e o seu tio Ramiro Leão, conhecido comerciante de Lisboa. Apesar do entrave familiar, e ainda muito jovem, Ester Leão tomou a decisão de seguir a carreira teatral, o que causou um grande escândalo nos círculos de elite lisboeta. A estreia dá-se em 1913, no Teatro República, com o peseudónimo Ester Durval, interpretando, ao lado de Augusto Rosa, a protagonista de O Assalto, de Bernstein. A sua natureza irrequieta e caprichosa fê-la afastar-se do teatro, a que só voltou em 1920, integrando o elenco do Teatro Nacional já sob o seu verdadeiro nome, na peça Maria Isabel, de Américo Durão, cuja protagonista encontrou nela a interprete ideal. Na década de 20 o público assistiria ainda a vários êxitos desta actriz com as peças A Filha de Lázaro, de Norberto Lopes e Chianca de Garcia; Alcácer-Kibir, de D. João da Câmara ou o Pasteleiro de Madrigal, de Augusto Lacerda.

Em 1931 criou a sua própria companhia de teatro onde leva à cena Duas Chamas, de Tomás Ribeiro Colaço. Constitui depois uma companhia que põe em cena, no Teatro S. Carlos um reportório exclusivamente formado por originais portugueses em estreia: Rainha Santa, de Rui Chianca, Mascarada, de Ramada Curto e Divórcios de Lorjó Tavares. Cinco anos mais tarde, o seu espirito aventureiro e irrequieto levam-na ao Brasil para não mais voltar. Começa a trabalhar como primeira figura da Companhia Luís Iglésias-freire Junior e assume a direcção do Teatro Académico, patrocinado pelo governo brasileiro.

Tornou-se pioneira do ensino de dicção no Brasil e entre os seus alunos contavam-se presidentes da República, ministros, deputados e actores.

Depois de três anos de parelesia e de sofrimento, Ester Leão faleceu no Rio de Janeiro em 1971.
fonte

LIVRO "Ester Leão – Uma Actriz da República"

Tem este livro o objectivo de apresentar uma abordagem sintética da vida e obra da actriz, encenadora, escritora, professora… Ester Leão (1892-1971). Partindo da sua terra natal, Gavião, e da sua família, percorrendo o trajecto artístico possível, nacional e internacional, e relacionando-o com alguns aspectos desse itinerário, conjugados com mudanças políticas acontecidas no país, que agora se relembram e comemoram, pretende relevar-se uma figura destacada das artes lusas, aquém e além-mar… Da Companhia Rey-Colaço – Robles Monteiro, em Portugal, à Companhia Luíz Iglésias & Freire Jr., passando pelo Teatro Estudante do Brasil, pelo Teatro Universitário ou pelo Conservatório Nacional, mestra de actrizes, monstros sagrados do teatro brasileiro, como Cacilda Becker, Nathália Timberg, Vanda Lacerda, Glauce Rocha ou Fernanda Montenegro; pioneira no ensino da dicção, em terras de Vera Cruz a personalidades como Santiago Dantas, Carlos Lacerda, Jânio Quadros ou Getúlio Vargas, decidiu o governo brasileiro atribuir-lhe a Ordem do Cruzeiro do Sul pelos serviços culturais prestados ao teatro do Brasil, comenda que o Presidente da República, confere a personalidades estrangeiras, sendo a mais alta condecoração brasileira.

PORTUGAL E O MUNDO EM 1921


0 comentários:

Enviar um comentário